quinta-feira, janeiro 12

Ao lado

Vão sentados no chamado "lugar do morto" ou "pendurados" ao lado do condutor e, ao contrário do que por vezes possa parecer, esse lado não vem equipado com travões nem volante. Sabem certamente a quem me refiro, ás passageiras e passageiros que transportamos na nossa viatura e que, por nervinhos, por vício ou necessidade, nos irritam durante a condução (seja ela cautelosa, ou brusca): não encostes tanto à direita, trava, passa o sinal, olha a curva, não viste o sinal, mais devagar, mais depressa, cuidado com o camião, não ultrapasses, passa agora, olha a berma, isto, aquilo e outro, coisas que enervam quem conduz, que irritam quem vai ao volante e que pressionam quem necessita de estar concentrado. Em suma, viagens maçadoras e perturbadoras também para quem viaja no banco de trás.
Curiosamente, muitos destes "penduras" (que nem um mapa sabem ler), não têm sequer a carta de condução; são uns auto-didactas da estrada, uns opinativos compulsivos, gente que não sabe estar calada e que trava e acelera em pedais invisíveis, ultrapassa e buzina ao lado do condutor, em vez do condutor, com o condutor.
Em boa verdade, tenho tido sorte. À excepção de um ou outro metediç@, não se metem no meu caminho. Um suspiro ou outro de impaciência, vá lá, mas nada mais que isso. Conduzo devagar, devagarinho, mas isso são coisas minhas e pronto e, por inerência, sou uma passageira silenciosa. Quando tenho cagufa de ir com determinadas pessoas, não vou. Clarinho como água. Era o que faltava viajar (ainda mais) com o coração aos saltos.
Já agora, uma observação inteligente: uma coisa são os opinativos-compulsivos, outra bem diferente são as verdadeiras ajudas "à pendura", informações bem dadas e não gritadas, estilo guinchar em cima de um cruzamento "corta à esquerda".
Estacionar o carro, apagar as luzes e desligar o motor; tenho dito.
(Para que serve esta 6ª velocidade?)
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